The State of Generative AI

Tom Godden (00:10):
Você pode compartilhar, do seu ponto de vista, o que significa IA generativa? Qual é o valor empresarial? O que estamos vendo quando analisamos a IA generativa?

Aamer Baig:
A IA generativa tem a promessa de ser o que chamaríamos de tecnologia geracional e permitir que empresas e funções realmente se reimaginem. Acreditamos que é uma evolução ao longo de muitos anos de desenvolvimento da IA, e essa é a próxima etapa, em que você tem um campo de IA que realmente gera e sintetiza conteúdo e pode fazer muitas outras coisas muito poderosas. O valor para as empresas está principalmente na produtividade, mas também na criatividade. Na McKinsey, analisamos 63 casos de uso em várias funções. Quando você perguntar sobre valor, pense nesse número. O valor é de cerca de USD 2,6 a USD 4,4 trilhões em impacto econômico. Entre 63 casos de uso, cerca de 75% disso vem de quatro funções: vendas e marketing, P&D, engenharia de software e operações com clientes. Essas quatro funções são as que acreditamos que passarão pelas transformações mais radicais.

Tom Godden:
Por que esse é o caso delas? Por que essas quatro?

Aamer Baig:
Bem, você precisa pensar em como o ofício real e as atividades nessas funções podem ser reimaginados ou transformados usando uma nova tecnologia.

Tom Godden (3:10):
Podemos falar rapidinho sobre isso? Vemos muito isso em organizações que adotam essa nova tecnologia e a usam apenas para refazer o que costumavam fazer. É quando você usa a nova tecnologia para reimaginar completamente o processo que você encontra valor.

Aamer Baig:
Vamos ver alguns dos exemplos. Se você é um representante de atendimento ao cliente, recebe muitas ligações. Você precisa processar muitas informações e reagir a elas em tempo real. Não seria maravilhoso se você recebesse sugestões sobre qual poderia ser a resposta em potencial, para que pudesse realmente aplicar seu próprio julgamento humano e ajudar o cliente? Em P&D, a criação de novos designs, novas formulações e novos projetos sempre foi aprendida ao longo do tempo. Não seria ótimo se você tivesse uma tecnologia que pudesse ajudar com novas combinações disso?

Tom Godden (4:47):
Essa tecnologia realmente ajudará a impulsionar as pessoas a novos níveis de criatividade e eficiência. Será uma coisa incrivelmente positiva, mas as pessoas ainda estão preocupadas. Como você vê as organizações ajudando as pessoas a se sentirem confortáveis com essa tecnologia?

Aamer Baig:
Existem três estratégias importantes que ajudarão com isso. Uma delas é sua postura e seu referencial em relação ao potencial dessa oportunidade. Se for uma tecnologia assistida por humanos, uma tecnologia capacitada por humanos, acho que ela abre as portas, as mentes e os corações. Essa é uma. Em segundo lugar, ela também deve ser seguida com ênfase na escalação das pessoas certas para serem capazes de lidar com isso.

Tom Godden:
Treine seu pessoal, treine seu pessoal, treine seu pessoal.

Aamer Baig:
Exatamente. Em seguida, a terceira é adotar um conjunto de políticas que também ofereçam conforto, mas também protejam as pessoas. Você quer ter certeza de que as pessoas estão usando as informações com segurança. Você também deve verificar, especialmente se for uma aplicação voltada ao cliente, se há aspectos como toxicidade. Você está colocando as barreiras certas para contornar os erros que às vezes essa tecnologia ainda comete. Tudo isso aumentará a confiança coletivamente.

Tom Godden (7:55):
Como as organizações estão abordando: “Onde eu aposto na prova de conceito certa, nas ideias certas, para que elas possam se tornar algo e depois para que eu possa escalá-las?” Eles estão fazendo boas iniciativas, mas que não necessariamente agregam valor comercial, o que, sinceramente, deveria ser o que estamos fazendo.

Aamer Baig:
Acho que é um importante desafio gerencial no momento, permitir alguma experimentação e aprendizado, mas também apostar onde isso faz a diferença. Sugerimos uma abordagem de dois em dois, ou seja, escolha dois casos em que você possa causar um impacto muito rápido, de modo que tenha algum aprendizado com o qual possa realmente avançar, e dois casos em que você acredite que isso possa mudar o jogo para sua empresa.

Tom Godden:
Pois é. Qual é o seu exemplo favorito? Onde você disse “Isso é muito inteligente”?

Aamer Baig:
Volto ao que fui treinado fora da escola para fazer, que é engenharia de software. Na verdade, acho que a oportunidade mais próxima é como podemos realmente aumentar a produtividade do desenvolvedor usando isso.

Tom Godden:
Eu adoro essa. Poucas coisas como diretor executivo de informação fizeram com que eu simplesmente dissesse: “Uau”. Quando vejo os ganhos de produtividade com serviços como o Amazon CodeWhisperer, fico muito surpreso. Aumento de 57% na produtividade, 27% mais chances de sucesso. Como você ainda não está adotando essa tecnologia? É inacreditável.

Tom Godden (11:23):
Podemos falar um pouco sobre a fundação aqui? Especificamente, você precisa ter seus dados da forma correta.

Aamer Baig:
Parece que esse é um problema perene, ou seja, a qualidade e o gerenciamento dos dados e a disponibilidade dos dados corretos. Era importante antes, mas é ainda mais importante agora, e está se tornando cada vez mais evidente. Não é exagero dizer que tudo o que você quer fazer com a IA, não apenas com a IA generativa, é controlado pelos dados que você insere nos modelos. O esforço para criar o ecossistema de dados certo é um importante pagamento inicial para obter os benefícios da IA generativa. Para algumas situações em que seus dados proprietários não são usados, talvez um modelo de linguagem grande seja apropriado. Quando algo se aproxima de suas joias da coroa, sendo essas joias os seus dados e o seu conhecimento institucional, as pessoas tomam muito cuidado com o que usar. Muito mais testes e análises estão acontecendo lá.

Aamer Baig (14:45):
Como você vê isso mudando a organização de TI no futuro e o papel do CIO?

Tom Godden:
Isso está nos fazendo perceber que a tecnologia deve ser incorporada em quase tudo o que uma organização faz. Como parte disso, acho que é uma descentralização massiva da TI.

Aamer Baig:
Eu começaria dizendo que, sempre que houver uma tecnologia de geração, um dos efeitos secundários disso será o impacto de uma função de TI nas empresas. Você tem a computação de mainframe que levou ao surgimento de um departamento de TI. Então você tinha a internet, o que nos permitiu acessar locais no exterior porque você tem largura de banda, disponibilidade e o surgimento de vários provedores diferentes. Então você tinha nuvem e celular. Você poderia argumentar que isso impulsionou a adoção de modelos operacionais de produtos e plataformas e a forma como as organizações de TI são estruturadas. Então você tem a proliferação ou a adoção em massa da IA chegando nesta década. Tenho um posicionamento similar ao seu, de que a tecnologia não será mais uma função, mas uma capacidade que está incorporada em cada aspecto de como você gera valor para o cliente.

Aamer Baig (17:49):
Em sua posição de CIO, o que o deixaria preocupado e o que o deixaria animado?

Tom Godden:
Uma das coisas que me preocupa nas ciências biológicas é a percepção de aleatoriedade das possíveis respostas que você poderia obter de uma IA generativa. Nesta posição, você pensa: “Puxa, eu amo todo o potencial e tudo mais, mas eu simplesmente não consigo que ela gere respostas”. Agora, dito isso, acho que existem técnicas que podem resolver isso, sendo uma delas a RAG, geração aumentada de recuperação. Você pode consultar um repositório conhecido de respostas, mas ainda assim obter as informações de diálogo contextual detalhadas dessa resposta, mas certifique-se de que a resposta esteja sempre azul, porque essa é a resposta aprovada, não verde. Azul é a resposta. O que me empolga é que conversamos sobre o desenvolvedor. Isso certamente me entusiasma, mas acho que só a capacidade de democratizar a TI. Colocar o poder nas mãos das pessoas é uma das melhores coisas que você pode fazer.

Aamer Baig:
Acho que existiam alguns problemas intransponíveis na tecnologia corporativa. Acho que isso nos deu a chance de começar a atacá-los a um custo que pode ser administrável. Dos três que me vêm à mente, um é o déficit tecnológico. Parece que acumulamos mais e mais a cada ano. O segundo é o talento. Sempre tivemos uma escassez de talentos, então, na verdade, não estou preocupado com o fim dos empregos. Na verdade, estou empolgado com o fato de que mais trabalho está sendo feito com o talento que temos e, ao mesmo tempo, impulsionando a experiência dos desenvolvedores.

Tom Godden:
 Acho que serão ótimos trabalhos que nem sequer imaginamos.

Aamer Baig:
Essa é uma ótima pergunta. Em terceiro lugar, sempre tivemos problemas em entregar grandes projetos com tecnologia dentro do prazo. Espero que existam algumas aplicações interessantes de IA generativa que possam realmente resolver alguns desses problemas intratáveis.

Tom Godden:
Acho que finalmente a tecnologia está pronta para enfrentar o momento.